Como o velho caderno em que desenhava as melhores caricaturas do mundo lá fora.
Jornalista, chata pra caralho, falo o que penso, mas finjo metade. Gosto de pouca gente, suporto todo o resto. Tenho saudade de quando gostava de festas de rua e curtia backstreet boys. Adoro política, livros, bossa nova e Caio Fernando Abreu. Nunca estou contente com o que escrevo.
Basta olhar mais de perto Os olhos, o sorriso Na imagem desfocada Quantos rostos Sentimentos Talvez saudades Somente uma fotografia.
Não tava feliz em ler aquilo, nem preparada pras imagens. Mas era bonito. Estranhamente dolorido e bonito. Violento, porém bonito. Amor, bonito Eram eles, bonitos.
sábado, 6 de setembro de 2008
Você vai me abandonar - repetiu sem som, a boca movendo-se muito perto do fone - e eu nada posso fazer para impedir.Você é meu único laço,cordão umbilical,ponte entre o aqui de dentro e o lá de fora.Te vejo perdendo-se todos os dias entre essas coisas vivas onde não estou.Tenho medo de,dia após dia,cada vez mais não estar no que você vê.E tanto tempo terá passado,depois,que tudo se tornará cotidiano e a minha ausência não terá nenhuma importância. Serei apenas memória,alívio, enquanto agora sou uma planta carnívora exigindo a cada dia uma gota de sangue para manter-se viva.Você rasga devagar seu pulso com as unhas para que eu possa beber.Mas um dia será demasiado esforço,excessiva dor,e você esquecerá como se esquece um compromisso sem muita importância. Uma fruta mordida apodrecendo no prato.
(Caio Fernando Abreu-Os Dragões Não Conhecem O Paraíso, A Outra Voz)
Tudo fica, de repente, coberto de um estranha névoa, que se intensifica e mais parece um daqueles dias em que o sol dá pistas de ter tomado seu rumo final, e as nuvens se espalham opulentas.