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Créditos

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quarta-feira, 16 de julho de 2008

Coisas


Corpos, almas, vidas, histórias, lembranças, começos, trajetórias, visões, momentos, saudades, desejos, felicidade, calma, esforço, ódio, medo, ansiedade, concentração, sabores, sorrisos, lapsos, âmago, vielas, sensações, dores, cores, luzes, cidade, viagem, homem, sentimento, animal, auge, festa, lixo, subúrbio, céu, planície, montanha, segredo, audácia, sonho, tépido, torpor, alegria, elegia, autofagia, submissão, domínio, linguagem, astúcia,ruído, chão.



Adoraria saber o que pensaria a pessoa que eu era, ao encontrar-se com aquilo que me tornei.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

To be continued


Não havia outra escolha além de aceitar o que havia sido imposto ou arcar com os prejuízos morais que estariam por vir. Ninguém aceitaria conviver com uma criatura marginalizada.
Após pensar e repensar, maquinar saídas para aquela situação, imaginar como tudo seria mais fácil se não tivesse dado aquele passo, decidiu que não se deixaria manipular.
Era forte e poderia sobreviver com o pouco que lhe restara e, até que não mais existissem provisões, já haveria encontrado uma forma de manter-se.
Seguiu adiante, enfrentou preconceito, olhares turvos, indiferença da família e sobreviveu...
Por algum tempo relutou em aceitar que havia nascido em uma redoma e que precisava afastar-se daquilo, pois pensava... e esse ato -naquele lugar- era proibido.
Logo, descobriu-se 'a porta para a mudança'.
Sua história de contestação seria exemplo para os demais e isso a fez prosseguir. De sobrevivente, passou a fiel companheira e depositária da pluralidade da vida.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Baile de máscaras


Então ela caminhou lentamente pelo salão...
Via pessoas desconhecidas dançando efusivamente ao som de uma sinfonia qualquer, rodopiando suas vestimentas opacas, sujas, carregadas de poeira e mofo.
Observava que aquilo era um outro mundo, diferente de tudo que vivera até ali. Não sentia qualquer prazer em desfrutar daquela festa, somente o que pensava era em sair rapidamente sem ser notada.
Abaixou-se próximo à soleira, onde uma pequena planta seca repousava pacificamente e tornou a olhar o que se passava no local. Era como um remake de filme antigo... diferentes pessoas representando os mesmos personagens.
Ao se dar conta de que estava num ritual, assustou-se e correu até a porta que estava entreaberta. Antes que conseguisse alcançar a saída, percebeu que esta havia sido bruscamente fechada.
Uma mulher de rosto enrugado aproximava-se com olhar de ódio.... percebeu que todos a olhavam com fúria.
Imediatamente sentiu seu peito sangrar. Alguém havia enfiado um punhal em suas costas e o liquido rubro vertia por sobre suas vestes límpidas.
Ela olhou para trás e reconheceu seu algoz...
Sorriu!
Vagarosamente abriu a porta de saída e alcançou o outro lado, com o peito derretendo-se em um líquido vermelho-puro.
O tempo é implacável... a ferida deu lugar a uma cicatriz que, de tão bem cuidada, tornou-se praticamente imperceptível.
Então vestiu-se, preparou o salão e decidiu que- a partir daquele momento- ela era a dona da festa.

domingo, 6 de julho de 2008



Escrevi e apaguei... indecisa.


Serei riso perpetuado, certeza latente e saudade passageira.

Miscível


E, em todos os momentos, eu abri mão daquilo que era a minha verdade, de todos os meus preconceitos, me despi das máscaras e tentei.
O cheiro de mofo espalhava-se a cada nova investida, pois já não havia mais o frescor da novidade. Tudo era um passado seco, rude, insuportavelmente repetitivo, em que as metáforas foram gradativamente substituídas por discursos monossilábicos.
Já não havia o impulso que sempre me fez rever as atitudes anteriores. Por mais indefinido que parecesse, soava como lugar-comum.
Depois desse amontoado de surpresas, você conseguiu me fazer acordar.

[E tudo voltará a ser o que era antes!]

Voz marcante
Olhar calmo
Riso fácil
Palavras fortes
(...)


Depois de tudo, não falta nada.

Não há atitude condizente, não existe pecado do outro lado do 'monitor'.
Excêntrico!!
Eu erro, tu não erras, ele erra...
Em algum momento, o peso das decisões não tomadas vai cair como uma pedra numa fruta madura: rápido e destrutivo.
Você prefere esperar?

Biiiiitch!


Quero mais é que você saiba que eu to pouco me fudendo pra esse seu espírito de porco, suas artimanhas, sua pequenez de sentimentos.
Sabe, tu não passas de um projeto mal acabado, alguém que ainda não se achou e costuma posar de avental e aquarela em mãos julgando-se artista.
Que grande sujeira... que alma fútil, vil, biltre!
Mas não se alegre com minhas palavras...Você não me incomoda... Não, em definitivo! Aliás, você me acalma!
Sua imensa lista de qualidades deploráveis só me faz perceber o quanto existem pessoas boas, pois basta não ter no cérebro metade do que tu praticas, que já pode ser considerado digno de viver em sociedade.


[Adoraria que você visse meu sorriso sarcástico!]

sábado, 5 de julho de 2008

Indagações despretensiosas


- Como estás?
- Fudida!
-Poxa, logo vc?
- Poupe-me. Já me fiz a mesma pergunta, pouco mais de duzentas vezes.

Preencher lacunas...


Em um processo de metamorfose, é imprescindível que espaços sejam tomados, para que resquícios de um passado próximo não teimem em invadir a superfície porosa dos desejos desfeitos.
Caminhos são delineados nesta busca incessante por um novo brilho e um leque de possibilidades torna claros uma infinidade de sentidos opacos.


[É o mais difícil, mas é para ele que o Norte aponta.]

♪ E o que eu era, não sou mais... ♪



Sempre que paro para ler-te espero algo meu naqueles escritos. Assim, de alguma forma, me sentiria parte de uma história que já não é mais minha.
Continuo a procurar, esmiuçando cada detalhe, comparando, relembrando e não... eu não estou mais lá.
Meu lugar não existe mais; outras pessoas ocupam o espaço que um dia abrigou nossas risadas, brigas, saudades, gostos, indefinições...
Odeio perceber que, por mais que eu nao queira, você ainda está aqui e permanecerá por mais tempo que o planejado.
A sensação de vazio se perpetua, o silêncio já não é mais doce, já não há mais qualquer prazer na melancolia.


[O que sobrou de nós?]