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segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

skyline pigeon



A coisa mais louca da vida é não saber para onde dar o próximo passo.
Você traça uma linha, segue por ela, dá uns passos em falso, retoma a caminhada e pensa no destino final. Mas... e se você não sabe onde quer chegar, o que fazer?
É assim que ela está. Num estágio em que, por mais que as coisas sigam seu curso natural, ela não sabe se deve continuar, se deve jogar tudo pro ar, se deve promover a mudança em si ou nos outros.

Cá entre nós: "Ela sabe, mas não quer ter certeza".

domingo, 14 de dezembro de 2008

- 'tônão'


Às vezes- analisando minha fantasia de Amy Winehouse, pra ser mais sincera- eu tenho a impressão de que tô levando a vida sem uma grande coisa que a justifique. Não sei. Talvez o que me faça falta seja aquela força vital que me faria acordar todos os dias e querer ser melhor. Ou apenas querer continuar.
Aí eu fiquei pensando que a Amy tem um troço meio 'vou viver tudo hoje' que me chama a atenção. Não vejo nela a vida morna, mas a certeza de continuar até quando for possível, sabe?
Então eu volto a olhar pra mim e penso que eu 'já passei da fase' de querer tudo. Ultimamente tá bem morninho. Os dias passam e nada muda. A estranha sensação de que poderia ser melhor imprime um sabor amargo nessa existência vã.

Sei lá... não tô legal, sabe?

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

um tanto maior que eu.


amor lejano, espero que te encuentres bien q no te allas olvidado de mi.


impossível, querido!

Amanhã virá


Continuam insípidas aquelas flores que desabrocharam sem perfume.
Continua imóvel aquele pássaro que escapou vagarosamente da casca do ovo.
Continuam impassíveis aqueles que prometeram gritar seus amores.
E aquele espaço em que caberiam as mais fortes emoções, continua vazio.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

estafa


Sair de cena e esperar que as coisas melhorem.
Queria poder fazer isso, mas quem dirá que tá tudo bem?
Mais uma vez é preciso segurar a vontade de deixar tudo como está e continuar na certeza de que, se ainda não está tudo resolvido, vai ficar.


Sim, estou cansado, E um pouco sorridente De o cansaço ser só isto — Uma vontade de sono no corpo, Um desejo de não pensar na alma, E por cima de tudo uma transparência lúcida Do entendimento retrospectivo... E a luxúria única de não ter já esperanças? Sou inteligente; eis tudo.
[Alvaro de Campos]

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Bem unidos, façamos...


"Em 1919, logo após foi criada a Komintern, cujo objetivo era criar uma União Mundial das Repúblicas Socialistas. Depois da Segunda Guerra, houve a dissolução desta."

Que faz a Komintern em um blog tão pseudo-romântico-ilusório, visitado , na maioria das vezes, por pessoas que só querem saber que momento estou vivendo atualmente?
Exatamente por isso!
Quero avisar, de antemão, aos senhores, que a música do meu casamento foi escolhida. Uma sugestão da madrinha, rapidamente aceita.

Sim, e você continua se perguntando que ligação isso tem com a Komintern, certo?

E eu te digo.
Casarei ao Som da Internacional Comunista!

Vá aprendendo, hein? Você será convidado de honra.


http://www.youtube.com/watch?v=ds6hSK8bq4I&feature=related


[eu me divirto!]

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Repulsa


Acontecia quando eu ainda estava mal, triste pela situação.
Refletindo, pensando nos erros, acertos, no que poderia ter acontecido.
E acontecia. Bem perto dos meus olhos, ao meu alcance.
Ali do lado. Acontecia.
Novas mentiras, numa velha máscara. Aconteciam.
Aconteceram.
E se acontecerão,
já não me interessa.

Aconteçam.

domingo, 12 de outubro de 2008

Breve relato


Eu poderia sair, passar o dia fora, encontrar pessoas que me fazem bem, sorrir, passar o tempo.
Poderia também, estudar, escrever uma carta, pôr os textos em dia, passar as vistas no jornal.
Poderia ainda, ver tv, um bom filme, ouvir uma musica agradável.

Mas eu estou com vontade... vontade súbita, estranha, absoluta. Uma vontade maior que quaisquer outras.
Eu tenho vontade de nada.
De passar horas fazendo nada.
De gastar todo o meu tempo livre em nada.
Não estou triste, melancólica, chateada.. nada.
Eu tenho vontade.
De nada.
Por nada.
Pra nada.

domingo, 5 de outubro de 2008

Rotação


Chegou um tempo em que procurei aqui dentro qualquer traço daquilo tudo e, qual não foi minha surpresa quando percebi que não existia mais nada.

Tempos atrás eu ficaria triste, me perguntaria onde errei e o que podia ser resolvido. Hoje não.
Hoje eu olho e penso que é melhor assim, me poupa de ver e ouvir muita coisa.


[07/08]*

Repleta de uma saudade imensa.


E cada dia que vivemos é um passo a menos na nossa distância. Eles dizem que é experimentalismo, que vai passar.


Mas só nós sabemos o sentimento que nos move.





sábado, 4 de outubro de 2008

Você sabe esquecer?





Olha, até ano passado, não sabia o que era "ficar numa boa". Quando tinha meu "orgulho" ferido, ou revidava, ou ficava fazendo marcação cerrada até ter uma resposta (no caso daqueles que somem).

Ano passado levei um fora fudido, e pior... Não tinha como me esquivar dele. Nossas rotinas necessariamente se cruzavam. Encontrava-o, no mínimo, uma vez por semana (mas normalmente eram de três a cinco). Sem ter como me afastar, não tinha como esquecê-lo e esquecer o que aconteceu. E com aquele sapo-boi entalado na garganta, vivi um caso solitário de amor e ódio. Tentava chamar a atenção dele, mas todo o trabalho que ele tinha era fazer de conta que eu não havia nascido, enquanto xavecava outras tranquilamente, na minha frente.

Foi foda, viu... Muito foda... Durante todo aquele tempo, não seria exagero dizer que fiquei meio louca. Mas consegui superar, felizmente... Mas pensava em dar o troco. Até que um belo dia ele resolveu se arrepender, e aí... Quem se deu muito mal foi ele.

E, depois de muitas idas e vindas, hoje ele não suporta me ver. E eu não tô nem aí, e paquero outros esteja ele no mesmo local ou não.

Acho que precisava passar por isso, pra aprender a não me apegar tanto. Hoje em dia, um fora não dói mais como antes, e parto pra outra assim que noto ser ignorada. Sem trauma, sem revolta.


(Luize Shadow Velvet em 4 de outubro, num tópico da EPER)

domingo, 21 de setembro de 2008


Basta olhar mais de perto
Os olhos, o sorriso
Na imagem desfocada
Quantos rostos
Sentimentos
Talvez saudades
Somente uma fotografia.

Não tava feliz em ler aquilo, nem preparada pras imagens. Mas era bonito.
Estranhamente dolorido e bonito.
Violento, porém bonito.
Amor, bonito
Eram eles, bonitos.

sábado, 6 de setembro de 2008


Você vai me abandonar - repetiu sem som, a boca movendo-se muito perto do fone - e eu nada posso fazer para impedir.Você é meu único laço,cordão umbilical,ponte entre o aqui de dentro e o lá de fora.Te vejo perdendo-se todos os dias entre essas coisas vivas onde não estou.Tenho medo de,dia após dia,cada vez mais não estar no que você vê.E tanto tempo terá passado,depois,que tudo se tornará cotidiano e a minha ausência não terá nenhuma importância. Serei apenas memória,alívio, enquanto agora sou uma planta carnívora exigindo a cada dia uma gota de sangue para manter-se viva.Você rasga devagar seu pulso com as unhas para que eu possa beber.Mas um dia será demasiado esforço,excessiva dor,e você esquecerá como se esquece um compromisso sem muita importância. Uma fruta mordida apodrecendo no prato.

(Caio Fernando Abreu-Os Dragões Não Conhecem O Paraíso, A Outra Voz)

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Cronos


Tudo fica, de repente, coberto de um estranha névoa, que se intensifica e mais parece um daqueles dias em que o sol dá pistas de ter tomado seu rumo final, e as nuvens se espalham opulentas.


Densidade.
Descanso.
Deleite.
Delírio.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

iHace tu mismo la revolución!


Entre tantas pessoas apenas uma chamaria a atenção dela.

Era apenas por ele que seus olhos sorriam e, por isso, a ânsia por pousar-lhes em seu rosto -paradoxalmente- expressivo e sensível.

Observar-lhe ao longe...

Nos momentos em que aquele riso fácil transformava-se em palavras intensas, ela, mera expectadora daquele senhor, desfiava a imaginar o que ele pensava naqueles milésimos de segundos em que seus espelhos se cruzavam.

Aqueles sinais eram exclusivamente 'deles'? Como saber! Não poderia mirar-se e seguir inadvertidamente naquela direção sem certificar-se de que conhecia exatamente o caminho que estava trilhando.

E assim passaram-se horas, dias... e assim o tempo se desfazia aos seus olhos e aquilo que poderia ser uma bela história, talvez estivesse fadado a permanecer no seu imaginário.

Talvez ele realmente achasse que eram água e azeite, e contra esse inimigo ela não tinha armas.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

'No te olvides'


Lembranças dolorosas e acolhedoras de momentos em que o tempo era mero coadjuvante....
Com gestos, palavras r-e-p-e-t-i-d-a-s... sinais de aprovação; quando apenas um olhar respondia a todas as dúvidas e um sorriso era capaz de quebrar quaisquer barreiras.

Cheiro, textura, olho e pele.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Coisas


Corpos, almas, vidas, histórias, lembranças, começos, trajetórias, visões, momentos, saudades, desejos, felicidade, calma, esforço, ódio, medo, ansiedade, concentração, sabores, sorrisos, lapsos, âmago, vielas, sensações, dores, cores, luzes, cidade, viagem, homem, sentimento, animal, auge, festa, lixo, subúrbio, céu, planície, montanha, segredo, audácia, sonho, tépido, torpor, alegria, elegia, autofagia, submissão, domínio, linguagem, astúcia,ruído, chão.



Adoraria saber o que pensaria a pessoa que eu era, ao encontrar-se com aquilo que me tornei.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

To be continued


Não havia outra escolha além de aceitar o que havia sido imposto ou arcar com os prejuízos morais que estariam por vir. Ninguém aceitaria conviver com uma criatura marginalizada.
Após pensar e repensar, maquinar saídas para aquela situação, imaginar como tudo seria mais fácil se não tivesse dado aquele passo, decidiu que não se deixaria manipular.
Era forte e poderia sobreviver com o pouco que lhe restara e, até que não mais existissem provisões, já haveria encontrado uma forma de manter-se.
Seguiu adiante, enfrentou preconceito, olhares turvos, indiferença da família e sobreviveu...
Por algum tempo relutou em aceitar que havia nascido em uma redoma e que precisava afastar-se daquilo, pois pensava... e esse ato -naquele lugar- era proibido.
Logo, descobriu-se 'a porta para a mudança'.
Sua história de contestação seria exemplo para os demais e isso a fez prosseguir. De sobrevivente, passou a fiel companheira e depositária da pluralidade da vida.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Baile de máscaras


Então ela caminhou lentamente pelo salão...
Via pessoas desconhecidas dançando efusivamente ao som de uma sinfonia qualquer, rodopiando suas vestimentas opacas, sujas, carregadas de poeira e mofo.
Observava que aquilo era um outro mundo, diferente de tudo que vivera até ali. Não sentia qualquer prazer em desfrutar daquela festa, somente o que pensava era em sair rapidamente sem ser notada.
Abaixou-se próximo à soleira, onde uma pequena planta seca repousava pacificamente e tornou a olhar o que se passava no local. Era como um remake de filme antigo... diferentes pessoas representando os mesmos personagens.
Ao se dar conta de que estava num ritual, assustou-se e correu até a porta que estava entreaberta. Antes que conseguisse alcançar a saída, percebeu que esta havia sido bruscamente fechada.
Uma mulher de rosto enrugado aproximava-se com olhar de ódio.... percebeu que todos a olhavam com fúria.
Imediatamente sentiu seu peito sangrar. Alguém havia enfiado um punhal em suas costas e o liquido rubro vertia por sobre suas vestes límpidas.
Ela olhou para trás e reconheceu seu algoz...
Sorriu!
Vagarosamente abriu a porta de saída e alcançou o outro lado, com o peito derretendo-se em um líquido vermelho-puro.
O tempo é implacável... a ferida deu lugar a uma cicatriz que, de tão bem cuidada, tornou-se praticamente imperceptível.
Então vestiu-se, preparou o salão e decidiu que- a partir daquele momento- ela era a dona da festa.

domingo, 6 de julho de 2008



Escrevi e apaguei... indecisa.


Serei riso perpetuado, certeza latente e saudade passageira.

Miscível


E, em todos os momentos, eu abri mão daquilo que era a minha verdade, de todos os meus preconceitos, me despi das máscaras e tentei.
O cheiro de mofo espalhava-se a cada nova investida, pois já não havia mais o frescor da novidade. Tudo era um passado seco, rude, insuportavelmente repetitivo, em que as metáforas foram gradativamente substituídas por discursos monossilábicos.
Já não havia o impulso que sempre me fez rever as atitudes anteriores. Por mais indefinido que parecesse, soava como lugar-comum.
Depois desse amontoado de surpresas, você conseguiu me fazer acordar.

[E tudo voltará a ser o que era antes!]

Voz marcante
Olhar calmo
Riso fácil
Palavras fortes
(...)


Depois de tudo, não falta nada.

Não há atitude condizente, não existe pecado do outro lado do 'monitor'.
Excêntrico!!
Eu erro, tu não erras, ele erra...
Em algum momento, o peso das decisões não tomadas vai cair como uma pedra numa fruta madura: rápido e destrutivo.
Você prefere esperar?

Biiiiitch!


Quero mais é que você saiba que eu to pouco me fudendo pra esse seu espírito de porco, suas artimanhas, sua pequenez de sentimentos.
Sabe, tu não passas de um projeto mal acabado, alguém que ainda não se achou e costuma posar de avental e aquarela em mãos julgando-se artista.
Que grande sujeira... que alma fútil, vil, biltre!
Mas não se alegre com minhas palavras...Você não me incomoda... Não, em definitivo! Aliás, você me acalma!
Sua imensa lista de qualidades deploráveis só me faz perceber o quanto existem pessoas boas, pois basta não ter no cérebro metade do que tu praticas, que já pode ser considerado digno de viver em sociedade.


[Adoraria que você visse meu sorriso sarcástico!]

sábado, 5 de julho de 2008

Indagações despretensiosas


- Como estás?
- Fudida!
-Poxa, logo vc?
- Poupe-me. Já me fiz a mesma pergunta, pouco mais de duzentas vezes.

Preencher lacunas...


Em um processo de metamorfose, é imprescindível que espaços sejam tomados, para que resquícios de um passado próximo não teimem em invadir a superfície porosa dos desejos desfeitos.
Caminhos são delineados nesta busca incessante por um novo brilho e um leque de possibilidades torna claros uma infinidade de sentidos opacos.


[É o mais difícil, mas é para ele que o Norte aponta.]

♪ E o que eu era, não sou mais... ♪



Sempre que paro para ler-te espero algo meu naqueles escritos. Assim, de alguma forma, me sentiria parte de uma história que já não é mais minha.
Continuo a procurar, esmiuçando cada detalhe, comparando, relembrando e não... eu não estou mais lá.
Meu lugar não existe mais; outras pessoas ocupam o espaço que um dia abrigou nossas risadas, brigas, saudades, gostos, indefinições...
Odeio perceber que, por mais que eu nao queira, você ainda está aqui e permanecerá por mais tempo que o planejado.
A sensação de vazio se perpetua, o silêncio já não é mais doce, já não há mais qualquer prazer na melancolia.


[O que sobrou de nós?]

sexta-feira, 23 de maio de 2008


Que vontade de pôr no papel tudo que sentes.
Toda essa avalanche de sensações, motivos, insônia, vontades, necessidades, instintos... alma!
Tentativas incomensuráveis de tornar reais todas as expectativas, de se despir das máscaras, de viver livre e mostrar quem realmente és.

Que vontade de viver uma nova vida.
Inúmeras vezes tentaste. E agora? Sabe-se lá. Insistir pode não ser a idéia mais acertada.

Que vontade de ser livre.
Em pensar que talvez seja imutável... inalterável.


[intangível ou intáctil?]






"Te adoro e você vem comigo aonde quer que eu voe"

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Incontrolável


Anoitece...


Anoitece.
vejo-te...ali luz crepuscular
mergulhando na alma do rio.
Tu, chama de pecado, quase incêndio,
mergulhando no rio de minh'alma.


Eu,
árvore que não se fez lenha,
queimando-se por inteiro, ou quase,
nas aflições de sonhos reprimidos.


Agora,
a chuva cai, tímida, ressentida.
dentro de mim
a brasa corusca, luze, cresce, esmaece,
apaga, assume a cinza do nada.
No ocaso, o sol agonizando,
a tarde morrendo,
a vida silenciando,
a noite acontecendo.


A chuva estanca, pára,
a lua aparece, acontece,
desce o luar
sobre os muros quietos.
a existência é uma velha saudade
de velhos casarões.
tu, incêndio, realidade, alvoroço.
Eu, um passado sem regresso.
Não deve haver pecado após a morte.
(Claudius Hermann)

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Promessas




Pára de falar mãe,
Todo som e letras se tornaram trêmulos!
Todo meu desvario e coma se inflamaram,culpa dos copos,
libertaram-me da alcova!
Mas o copo de vinho esborrava teu rosto como reflexo.


Dizia que meu instinto brilhava teu nome,
era meu compromisso!arrependi-me de ter calçado o teu sentimento,
Foi apenas vodka, portanto,
quero tanto te beijar, toda angústia inebriante grita teu nome.(...)




(Claudius Hermann)

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

"Eu sou um estilete sem cabo.
Quer pegar, pega.
Só que não entro nem saio da vida de ninguém sem deixar marcas.
Marcas boas ou ruins.
Mas marcas.(...)

Lâmina cada dia mais afiada.
Quer segurança?
Vai brincar com cotonete.
Eu não nasci pra isso.
Eu curto pulso, sangue, intensidade.(...)

Eu sou uma máquina de ferimentos.
Quer beijar?Vai ser intenso.
Quer brincar?Só não fala que eu não avisei."


-Fábio Altro, Os funerais do coelho branco

domingo, 20 de janeiro de 2008

sarcasmo puro!


Eu te amo. E não seria metade do que sou sem você, juro.

É seu ódio profundo que me dá forças para continuar em frente, exatamente da minha maneira.

Prometa que nunca vai deixar de me odiar ou não sei se a vida continuaria tendo sentido para mim.

Eu vagaria pelas ruas insegura, sem saber o que fiz de tão errado se alguém como você não me odeia, é porque, no mínimo, não estou me expressando direito.

Sei que você vive falando de mim por aí sempre que tem oportunidade, e esse tipo de propaganda boca a boca não tem preço. Ainda mais quando é enfática como a sua - todos ficam interessados em conhecer uma pessoa que é assim, tão o oposto de você.E convenhamos: não existe elogio maior do que ser odiado pelos odientos, pelos mais odiosos motivos. Então, ser execrada por você funciona como um desses exames médicos mais graves, em que "negativo" significa o melhor resultado possível.

Olha, a minha gratidão não tem limites, pois sei que você poderia muito bem estar fazendo outras coisas em vez de me odiar - cuidando da sua própria vida, dedicando-se mais ao seu trabalho, estudando um pouco. Mas não: você prefere gastar seu precioso tempo me detestando. Não sei nem se sou merecedora de tamanha consideração.

Bom, como você deve ter percebido, esta é uma carta de amor. E, já que toda boa carta de amor termina cheia de promessas, eis as minhas:


Prometo nunca te decepcionar fazendo algo de que você goste. Ao contrário, estou caprichando para realizar coisas que deverão te deixar ainda mais nervoso comigo.

Prometo não mudar, principalmente nos detalhes que você mais detesta. Sem esquecer de sempre tentar descobrir novos jeitos de te deixar irritado.

Prometo jamais te responder à altura quando você for, eventualmente, grosseiro comigo, ao verbalizar tão imenso ódio. Pois sei que isso te faria fi car feliz com uma atitude minha, sendo uma ameaça para o sentimento tão puro que você me dedica.

Prometo, por último, que, se algum dia, numa dessas voltas que a vida dá, você deixar de me odiar sem motivo, mesmo assim continuarei te amando. Porque eu não sou daquelas que esquece de quem contribuiu para seu sucesso. Pena que você não esteja me vendo neste momento, inclusive, pois veria o meu sincero sorrisinho agradecido - e me odiaria ainda mais.


Com amor, da sua eterna,

Fernanda Young