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domingo, 17 de abril de 2011

Sobre como podemos criar coisas bonitas.



Certa vez, tive um filósofo em minha vida. Ele existiu pouco comigo, mas quando estava, me fazia querer entender um pouco mais o mundo.


Foi num dia em que conversamos sobre as coisas de amor que ele me falou de Procusto. E é com ele que eu retomo minhas atividades de dissertação.




Procusto (ou Damastes) faz parte da mitologia grega. Ele vivia na região da Ática, uma antiga região grega que,segundo consta, tinha como principais cidades Athenas, Elêusis e Pireu. Era por ali que Procusto assaltava os viajantes e , não contente em lhes tomar seus pertences, ainda lhes impunha um castigo: deitar-se em sua cama.




A princípio pode-se pensar que este não é um grande castigo. De certo. Porém, o leito de Procusto reservava uma surpresa no mínimo desagradável. É que, para Procusto, ele era o modelo ideal e todos deveriam se adequar a ele. Os viajantes presos por ele, eram amarrados em roldanas e, se tivessem estatura menor que a sua, eram esticados até que "coubessem" na cama. Já os mais altos tinham seus corpos cortados com o mesmo fim. A literatura helênica diz que o ladrão foi morto às mãos de Teseu, que aplicou-lhe o mesmo castigo que costumava infligir às suas vítimas.




Esta introdução veio para dizer que somos todos um tanto Procusto. Queremos adequar as pessoas à nossa forma, sem sentir o quanto a liberdade de "ser quem é" pode ser vantajosa, proveitosa e saudável. Há uma infinidade de leitos e um sem-fim de pessoas que cabem (ou não) neles.




E é assim que explicito todo o meu apoio ao projeto #eusougay, encabeçado pela jornalista Carolina Almeida, que convida a sociedade a liberar-se da sua necessidade de adequar tudo e todos aos seus padrões. Falar de diversidade é falar de amor por si e pelo outro. E amar é criar coisas bonitas. Criemos, então. Vamos deixar colorido o que era só preto ou branco , azul ou rosa. Vamos ser gays, juntos.




(imagem: google)

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